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"A ALMA É ESCRAVA DA NATUREZA ERRANTE QUE A OCUPA..."
by me

...é engraçado a força que as coisas parecem ter...quando elas precisam acontecer!

terça-feira, 6 de abril de 2010

UMA POESIA NOVA - FERRÉZ


Quando lavo o rosto pela manhã é como se tivesse tirado os pesadelos da noite mal dormida. Como um pão e empurro com o café pelo estômago abaixo com raiva. Ao pegar o prato do almoço, ligo a TV e não estou mais sozinho. Depois vem o computador e vejo o mundo inteiro. Ao desligar, a mesa e tudo em cima se torna inútil, ineficaz. Pego a folha branca com vontade de preenchê-la. Penso um pouco e sei que verdades e mentiras são questões de ponto de vista. As palavras não são dignas de serem colocadas uma após a outra. O café é amargo como o que penso da vida. E mais uma vez não sei o que vivo e não sei o que penso. A vida é externa, a guerra já começa em nós por dentro. A paz é uma palavra muito curta para fazer efeito. A sensação de ter asas não me agrada mais, quero rastejar. Nas coisas que comprei hoje não me apoio mais. Olho em volta e as sensações estão mortas, vivo é o meu querer. Toda vez que chegamos no topo olhamos para baixo. Não, não é por causa da vitória conquistada, somos o começo da caminhada. Quando deixo minha mente vazia, ela não se apóia em barreiras. Os livros bem pensados são prostitutas bem pagas pela vaidade. A diferença dos medíocres, é que eles sabem capitalizar no caos. Deus me acordou cedo hoje, e me disse para calar a boca. Como sempre no mundo, a teimosia gera o bom senso. Tantas praias, tantos por do sol, tanta alegria, e limitamos o que são tantos. A poesia poderia ser uma solução para a insanidade. Mas o egoísmo do homem deixa a alma em segundo plano. O estômago dói, e os dedos tocam as teclas rapidamente. Tudo para dar sentido numa coisa chamada vida. Entre os dentes e o resto, a boca toca a mão direita e não sente nada. Entre sons e uma leve chuva, a coisa mais sem sentido é olhar a verdade. Embora quisesse parar, agora sei que não se para o sangue. E os dedos continuam a se movimentar, não para o prazer, e sim parar de sofrer. Deixarei tudo aqui nesse papel. E o quebra cabeça estará perdido quando não registrar as respostas. Nada de mais, um retorno ao grande nada. Frases que nos acompanham por toda uma caminhada. E no final vou por um título nada criativo. E ao parar vou voltar a me iludir. Vivendo.
(vale a pena conferir também o mais recente filme do Sérgio Bianchi "Os Inquilinos", onde Cássia Kiss declama esse mesmo poema do Ferréz)

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